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Friday, May 17, 2013

Uma Comissão - ESCRACHADAMENTE - da MENTIRA.


Bruno Braga.



[...] “nos reunimos com 90 representantes dos comitês de memória, verdade em (sic) justiça, a FRENTE POPULAR DO ESCULACHO e o LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE, estabelecendo outro canal de diálogo, COMPLEMENTAR, ao já definido com as comissões da verdade que se estabeleceram em todo o país depois da criação da CNV”.

Paulo Sérgio Pinheiro. Seminário pelo primeiro aniversário da Comissão da Verdade. Casa da ONU, 13 de Maio de 2013.


O atual coordenador da Comissão da Verdade não se constrange. Ele não esconde de ninguém os “interlocutores” - que COMPLEMENTAM – o propósito do seu grupo, reescrever a História do Brasil. No entanto, Paulo Sérgio Pinheiro deveria deixar claro o tipo de atividade que os seus “colaboradores” desempenham.

O Levante Popular da Juventude e a “Frente Popular do Esculacho” (ou Frente do Esculacho Popular) promovem o que se chama de “escracho” e de “esculacho”. Tidos como “manifestações”, estes atos são propriamente um ajuntamento de estudantes e universitários militantes, que tem o objetivo de coagir e desmoralizar – na porta de sua casa - quem o grupo sumariamente sentencia como “torturador” e “agente da repressão”. O “escracho-esculacho público” é a “execução da pena” – gritaria, palavras de ordem, bandeiras, faixas, pichações e panfletos.  









Paulo Sérgio Pinheiro - com uma desfaçatez pornográfica – define o “escracho” e o “esculacho” como “manifestações não violentas” contra “torturadores” e “criminosos” [1]. O comissário, assim, acaba assumindo o papel de “Justiceiro da nação”, e - através da Comissão da Verdade - estimula e se associa a atividades “criminosas”. Porque, se os alvos das “manifestações” não foram julgados e condenados por um tribunal legítimo, então, quando aqueles grupos se reúnem – de maneira organizada – para fazerem acusações públicas com berros e pichações, os seus manifestantes investem contra a honra alheia. Sim, eles podem não derramar sangue. Podem não ser “violentos”, como sugere Pinheiro. Mas comentem, de qualquer maneira, crime.

Mas, de onde sai o dinheiro para promover estas “manifestações” – quer dizer, para fomentar o crime? Quem financia o material – megafone, bandeiras, faixas, panfletos? Quem paga o deslocamento destas pessoas – a mobilização? O Levante Popular já promoveu, inclusive, um “Curso Nacional de Agitação e Propaganda”, que tinha na sua programação: “Análise de Conjuntura do momento atual da luta de classes”; “resgate da agitação e propaganda na história da luta dos povos”; “formação técnica dos militantes, como oficinas de audiovisual, teatro do oprimido, música e estética” [2].

Paulo Sérgio Pinheiro – com a Comissão da Verdade – não é o único a legitimar o “escracho” e o “esculacho”. O Levante Popular da Juventude recebeu das mãos da presidente Dilma Rousseff – por conta de suas atividades - uma menção honrosa na 18a edição do Prêmio Direitos Humanos.   



Enfim, a Comissão da Verdade legitima, fomenta e se associa a práticas “criminosas”. O “escracho” e o “esculacho” COMPLEMENTAM os trabalhos de um grupo que, por si mesmo, desempenha uma atividade obscena: falsear a História para consagrar uma Mitologia revolucionária, fortalecendo ainda mais um ambicioso e macabro projeto de poder.


Notas.


[2]. Cf. Levante Popular da Juventude, 2012. “Levante realiza o I Curso Nacional de Agitação e Propaganda” [http://levante.org.br/levante-realiza-o-i-curso-nacional-de-agitacao-e-propaganda/].

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