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Tuesday, January 03, 2012

A sobrevivência do ideal revolucionário.




 

Bruno Braga.

 
Não resta dúvida que o protesto "Occupy Wall Street" e suas ramificações são um engodo estrategicamente criado e financiado por grupos que objetivam a concentração do poder. As manifestações não são espontâneas: elas são articuladas por aliados do próprio governo americano e são abastecidas por alguns de seus inimigos capitalistas, como George Soros [1] – além disso, os protestos se valem de um falso pretexto, o da origem da crise financeira americana.

O movimento "Occupy Wall Street" conta não só com um poderoso aparato político-financeiro, mas tem um braço também no domínio virtual com um grupo de hackers chamado "Anonymous" – que se caracteriza com a máscara de Guy Fawkes, popularizada pelo filme "V for Vendetta" (2005). Recentemente os revolucionários virtuais distribuíram pela internet um curioso "guia de sobrevivência" [2], que seria útil no caso de "revoluções violentas", já que, alerta o grupo, protestos podem ser uma "confusão sangrenta" (p. 03).

O manual fornece uma séria de orientações de como estocar alimentos, água, e suprimentos médicos. Para os manifestantes estabelece artifícios de como escapar de balas de borracha, gás lacrimogêneo e balas reais – afinal, em determinado estágio da revolução, esclarece o guia, a polícia não fornecerá ajuda e, dependendo da situação, será até o inimigo (p. 04).

A divulgação deste guia de sobrevivência, no entanto, é, provavelmente, ineficaz para desacreditar definitivamente o protesto "Occupy Wall Street". Não por causa da consistência do material, que somado a outros, de inequívoca evidência, seriam mais do que suficientes para convencer o idólatra mais inocente dos pecados que o seu próprio santo de devoção admitiu cometer. Mas porque o debate público é construído com um sem número de estereótipos, adornados com "crença nos ideais" e a chancela de "Intelectuais", jornalistas, acadêmicos e "especialistas". Há uma ruptura com o mundo real e concreto para o engajamento na fantasia da eterna revolução, em um esforço mórbido para convencer que aquilo que os próprios olhos vêem é uma ilusão. Assim se instaura o mundo imaginário, elaborado por uma intelectualidade já, ela mesma, histérica: com comportamento e reações de destempero que traduzem nitidamente o que é viver mergulhado em confusas fantasias. No entanto, ela ainda alimenta e persegue o sonho que muito tem custado ao cidadão comum, o sonho de "transformar o mundo".

 
Referências.

[1]. Para os interessados em analisar alguns dados e documentos, consultem os artigos anteriores nos quais o assunto foi abordado: "O risco de freqüentar a posição de contra-exemplo é tornar-se um mau-exemplo" [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/10/o-risco-de-frequentar-posicao-de-contra.html]; "Um Contra-exemplo e uma Controvérsia – Episódio II" [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/11/um-contra-exemplo-e-uma-controversia_15.html]; e "Projeção de sentimentos e análise política" [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/11/projecao-de-sentimentos-e-analise.html].

[2]. O "Anonymous Survival Guide" pode ser acessado em: http://pt.scribd.com/doc/76593171/Anonymous-Survival-Guide-for-Citizens-in-a-Revolution

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