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Friday, November 04, 2011

Um Contra-exemplo e uma Controvérsia.

Episódio I.

Bruno Braga.


 

Logo abaixo reproduzo as considerações que recebi de Dimas Enéas Soares Ferreira, articulista do portal "Barbacena Online", a respeito do artigo que publiquei recentemente neste espaço, "O risco de freqüentar a posição de contra-exemplo é tornar-se um mau-exemplo" [http://dershatten.blogspot.com/2011/10/o-risco-de-frequentar-posicao-de-contra.html] – neste texto analiso algumas de suas teses e idéias.

Após as considerações de Dimas Enéas publico a resposta que enviei a ele.

Este é o primeiro episódio de uma saga que tem, pelo menos, mais um capítulo.


 

I. Dimas Enéas Soares Ferreira, 26 de Outubro de 2011.

Caro Bruno,

você só pode ser doente. Como pode uma pessoa que tem um blog com um nome usado pelos nazistas criticar aquilo que pessoas que defendem a democracia, a liberdade e a justiça social?

Me poupe dos seus comentários, tenho mais o que fazer do que ficar lendo seus impropérios.

Suas concepções políticas são ridículas e fincadas num espectro ideológico localizado na mais extrema direita.

Se quer continuar lendo o que eu escrevo, tudo bem, mas me poupe de seus comentários ridículos.

Não perca seu tempo em me enviar mais e-mails, pois coloquei seu endereço eletrônico na minha lista de spams.

Abraço,

Dimas Enéas Soares Ferreira
Doutorando em Ciência Política – UFMG
Mestre em Ciências Sociais – PUCMinas
Especialista em História do Brasil – PUCMinas
Revisor do eJournal of eDemocracy and Open Government
Professor - Epcar e Unipac
Diretor e 1o Tesoureiro - Sinpro Minas
Coordenador de Comunicação - Inst. 1o de Maio
Currículo Lattes:
(https://wwws.cnpq.br/curriculoweb/pkg_menu.menu?f_cod=97FE97B98AB49150D9F90187ED1A6DFC)


 

II. Bruno Braga, 27 de Outubro de 2011.

Caro Dimas Enéas,

Eu não sei se padeço de algum mal, se sou "doente", como você diz. Não tenho a competência técnica para emitir, sobre mim mesmo, um diagnóstico psicopatológico. Aliás, se o fizesse, estaria sob suspeita – a caricatura de um "louco" que emite um diagnóstico sobre a própria "doença". Então, neste caso, o melhor a fazer é consultar um profissional capacitado – depois da sua sugestão talvez o faça – e deixar que as pessoas especulem sobre a minha sanidade mental, como você faz.

De qualquer maneira, não vou insistir nesta questão, porque o seu diagnóstico é um argumentum ad hominem – quer dizer, um ataque dos traços do caráter da pessoa, e não uma contestação dos argumentos expostos por ela. Este é um artifício retórico para evitar a discussão objetiva. Bom, os meus textos contêm uma série de referências, bibliografia, artigos, vídeos, documentos, estruturados em uma descrição dos fatos que desmente as suas concepções. Conteste-a, é assim que se procede em uma discussão séria. Porém, em vez de apresentar outras referências, apontar erros e equívocos na minha dissertação, você, Dimas, como um psicoterapeuta revolucionário, diagnostica: "é coisa de doente" – ou, como um militante inveterado e furioso, brada: "é ridículo!".

Ademais, não sei que espécie de associação livre de idéias psicanalítica você utilizou para articular o título do meu Blog – "Der Shatten", que significa simplesmente "sombra" – com o Nazismo. Recortar uma palavra e associá-la a algo censurável, repulsivo, é um procedimento argumentativo pueril e artificial. Caso eu o adotasse, poderia recomendar-lhe não utilizar o termo "Socialismo", porque o partido nazista era "Nacional-SOCIALISTA". E, se aplicasse a sua técnica de associação de idéias, Dimas, ao seu próprio artigo, "Ocupemos Wall Street", poderia dizer que, quando você exige a SOCIALIZAÇÃO dos meios de produção, na verdade, objetiva a NAZIFICAÇÃO de todos eles. Mas, não preciso recorrer ao recorte e manipulação de palavras e conceitos. Basta dizer que o Socialismo-comunismo, Dimas, ao qual você está associado, tem no seu histórico crimes tão bárbaros e terríveis quanto os dos nazistas – e, na "contabilidade macabra", superam os destes em milhões de mortos.

Sobre as minhas "concepções políticas", embora não tenha apresentado nenhuma, você, como num duelo quixotesco contra o moinho de vento, as rotula como "ridículas e fincadas num espectro ideológico localizado na mais extrema direita". Esclareço. Não pertenço aos quadros de nenhum Partido, nem mantenho relação com qualquer um deles. Não tenho nenhuma ambição política. Não sou membro de sindicato, e não estou envolvido com movimentos sociais – ambos, braços de interesses políticos. O meu único objetivo é a compreensão dos fatos, investigá-los e dar uma descrição adequada deles. Mas, como você é um "agente político", toda e qualquer crítica às suas concepções e idéias é "oposição" – é rotulada de maneira depreciativa como "extrema direita". É um ataque contra os paladinos da "democracia", da "liberdade" e da "justiça social" – como você mesmo faz questão de se auto-proclamar. Porém, com uma sutileza: são "democracia", "liberdade" e "justiça social", apenas aquilo que você, os outros cavaleiros, a sua tropa, ou o seu "Partido", entendem o que elas sejam.

A respeito dos e-mails que envio para você, Dimas, são apenas informativos que lhe dão ciência daquilo que foi dito e comentado sobre os seus artigos. É simplesmente um gesto de "honestidade intelectual", e, por isso mesmo, não é "perda de tempo", como você pensa. Agora, se você direciona os e-mails para a lista de spams, se não os lê, e mesmo se os imprimisse para utilizá-los em sua higiene anal, isto não tem nenhuma importância.

Como última consideração, acrescento que posso utilizar o seu e-mail como "direito de resposta" sobre o meu artigo, e publicá-lo no meu Blog. Esteja à vontade para se manifestar.

Cordialmente,

Bruno Braga.

Belo Horizonte, 27 de Outubro de 2011.

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